terça-feira, outubro 07, 2014

A bênção de Belém

Num debate com Manuel Alegre que antecedeu as eleições presidenciais, Cavaco Silva, numa alusão à gestão do BPN, afirmou que o seu modelo de gestor bancário era António Horta Osório. Poderia ter citado Oliveira Costa, mas este gestor que tinha o condão de fazer brotar mais-valias instantâneas já não fez parte da comissão de honra da recandidatura de Cavaco, ao contrário de Horta Osório.

Cavaco Silva veio depois afirmar que fora mal interpretado, pois apenas estava pasmado com a circunstância de que «em Inglaterra ocorreram recuperações rápidas de grandes prejuízos».

Um mês depois, a imprensa deu conhecimento de que Horta Osório se socorria de métodos heterodoxos na gestão bancária. Mas, nessa altura, já Cavaco Silva preparava o discurso que iria dar o sinal verde para o chumbo do PEC IV e para o derrube do governo anterior.

Entretanto, sempre que se ouve falar de António Horta Osório, é porque vai haver novos despedimentos no Lloyds Bank, como se pode ver aqui ou aqui. Estes métodos de gestão podem agradar a Belém, mas é de supor que possam não agradar aos bancários portugueses.

3 comentários :

Anónimo disse...

Magníficos prestidigitadores, grande heróis: Asseguram taxas de rentabilidade do capital duplas ou triplas das taxas de crescimento do PIB dos países e da economia europeia no seu todo.
Este mundo caminha para a guerra.

Não publicar disse...

Atenção à ortografia: é "bênção"...

Miguel Abrantes disse...

Obrigado. Vou corrigir.