terça-feira, junho 04, 2013

O cantinho do hooligan da Cultura


Um país como o nosso ter um Crivelli e deixá-lo sair? Crivelli é um pintor único, raríssimo. Em que momento é que a protecção legal foi revertida? Como? Por quem? Porquê? Como cidadã, exijo saber.” Estas palavras foram ditas ao Público por Raquel Henriques da Silva, antiga directora do Instituto Português de Museus, quando soube que o Governo autorizou que um quadro de Carlo Crivelli, pintor que viveu no século XV, fosse vendido por Pais do Amaral para o estrangeiro.

Para a historiadora Raquel Henriques da Silva, “há um consenso de que esta peça, que é absolutamente extraordinária, deveria ficar em Portugal”. Por isso, e de acordo com o que a lei estabelece, o Estado deve impedir a perda de elementos integrantes do património cultural. Foi o que fez o director-geral do Património Cultural ao dar parecer negativo ao pedido de Pais do Amaral, precisamente devido às protecções legais a que a obra estava sujeita.

Mas Francisco José Viegas, então secretário de Estado da Cultura, deferiu o pedido de Pais do Amaral, contrariando a posição tomada pelo director-geral. O Público refere que Viegas “diz não se recordar particularmente do processo nem da forma como decorreu.” Talvez tenha ficado ofuscado pelo argumento de Pais do Amaral segundo o qual a sua colecção é um “ente dinâmico”.

Já nem sei o que é mais grave: se a “exportação” da peça de Crivelli, se a ligeireza com que o processo foi tratado, se a insensibilidade de Viegas, aparentemente incapaz de entender que tinha em mãos um “caso para nos pormos de luto carregado” (ainda nas palavras de Raquel Henriques da Silva recolhidas pelo Público).

9 comentários :

Anónimo disse...

Trata-se de um crime de gestão danosa de bens culturais. O MP já deve ter aberto um inquérito.

Anónimo disse...

isto feito pelo senhor que apelidou as elites portuguesas de mediocres...não que não tenha razão, é preciso muita falta de enxerganço para dizer uma coisa dessas sem se tocar.
e foi esta corja de gente amoral que os portugueses deixaram alcançar o pote...

Álvaro C. disse...

Os talibans destruiram as estátuas de Buda no Afeganistão mas estes talibans estão a fazer ainda pior e a destruir todos os sectores do país, a começar pela economia.

Paulo Núncio disse...

Ó Viegas vai levar no cú seu filho de uma Cabra Montês assanhada que deves ter saudade das cornadas que o Coelho e o Relvas te davam diariamente no governo!

jose neves disse...

Que esperavam de um labrego oportunista que viu no ser anti-socratismo o caminho fácil para apanhar um cadeirão e novamente oportunista quando se apercebeu que para traficar e arrecadar já lá estavam outros à frente e com mais poder.
Mesmo assim, pelos vistos ainda teve tempo de fazer uma perninha.
Oh! Raquel, ligeireza e leviandade? Qual? A tua, que quanto ao marmanjo do viegas tratou-se,isso sim, de rapidez e peso-pesado.


mais par com ele fazer negócio ao saltar do barco quando o sentiu a meter água.
Contudo, como é o que foi e continua sendo, mesmo no pouco

Ente apático disse...



Mas que País é este, que põe gatunos a governá-lo?

Que penitência COLOSSAL merece a escolha trágica de há precisamente dois anos?

José Couto Nogueira disse...

Gatunos? Mas quais gatunos? Roubo?
O quadro pertence a um particular. Está em casa dele, portanto ninguém o vê. De que adianta ele não o vender? E, querendo vendê-lo, porque não pode fazer? O Estado tem dinheirio para o comprar? Não, não tem. E, se tivesse, ia cair o Carmo e a Trindade por o Estado a gastar dinheiro em arte numa altura em que há fome.
Portanto o Viegas fez o que tinha a fazer e o Paes do Amaral tem direito a vendê-lo a aquem quiser.

Anónimo disse...

http://www.publico.pt/cultura/noticia/herdeiros-que-venderam-pintura-protegida-a-pais-do-amaral-sentemse-lesados-pelo-estado-1596529

Mais um negócio de um xico esperto e de um secretário de estado sem nível que passa por intelectual.

É sempre o parvo que fala disse...



Num País de Coutos Nogueiras, pois, tudo é possível...

Junta-te ao Luís Lavoura e vão fazer empreendedorismo para a Somália, espertos-parvos!